sexta-feira, dezembro 05, 2008

Diga Sim ao turismo sustentável em Santa Catarina


As águas da enchente ainda estavam altas e já se previa o impacto econômico ao setor turístico de Santa Catarina. Nas palavras do Governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) entrevistado frente a um enorme desmoronamento de terra, com possíveis vítimas soterradas, o turista não precisaria se preocupar, tudo seria recuperado à tempo. No dia 27 de novembro , esteve com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto de empresários europeus, para convidá-lo a participar do World Summit, maior evento do turismo mundial que será realizado em Florianópolis em maio de 2009.

Como especialistas denunciam que os efeitos da enchente decorrem do histórico de degradação ambiental, é inevitável uma reflexão sobre as propostas de mudança da legislação ambiental e fragilidade dos órgãos responsáveis. Mas será que a catástrofe inspira um reposicionamento ambientalista dos setores afetados pelas chuvas?

O turismo dependente de um ambiente conservado, pois cultura, segurança, água, paisagem e salubridade são itens obrigatórios da receita do movimento turístico atual. Segundo a campanha “Diga Sim para Santa, Bela e Forte Catarina, os principais atrativos, belezas naturais, equipamentos turísticos, parques e hotéis não foram atingidos. Mas muitas pessoas que dependem do turismo foram atingidas”. Lançando uma nova forma de ajudar o povo catarinense, ao continuar escolhendo o estado como destino nas férias. Ou seja, o setor não está perplexo frente à tragédia, talvez simplesmente não perceba a oportunidade de afirmar uma mudança de postura, plenamente justificável pela dimensão do setor. Dados da WTTC revelam que o turismo mundial deve registrar cerca de US$ 8 trilhões em 2008, passando para US$ 15 trilhões em dez anos.


Infelizmente, Santa Catarina tem se destacado na mídia internacional, por liderar o desmatamento no país, devido às falcatruas no licenciamento ambiental como denunciou a operação Moeda Verde da Polícia Federal. Embora possua mais de 22% da superfície coberta por florestas nativas, passou a ser retratado pelo descaso ambiental. Esta propaganda pode não afugentar o turista, enquanto não houver uma tomada de consciência, mas compromete a natureza, base de sustentação do setor.

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