sábado, dezembro 20, 2008

Gigantes da Floresta


Os Sem Florestabaseado nos personagens em quadrinhos criados e desenhados por Michael Fry e T. Lewis. Até o lançamento do filme foram lançados 4 livros com os personagens: “Over the Hedge”, “Over the Hedge 2″, “Over the Hedge 3: Knights of the Picnic Table” e “Over the Hedge: Stuffed Animals”.
A primavera chegou, o que faz com que os animais da floresta despertem da hibernação. Ao acordar eles logo têm uma surpresa: surgiu ao redor de seu habitat natural uma grande cerca verde. Inicialmente eles temem o que há por detrás da cerca, até que RJ (Bruce Willis) revela que foi construída uma cidade ao redor da floresta em que vivem, que agora ocupa apenas um pequeno espaço. RJ é um guaxinim, que explica que o mundo além da cerca é a passagem para um vida maravilhosa na qual criaturas peculiares chamadas humanos vivem para comer, ao invés de comer para viver. 


Outro Exemplo é Bambi 2 - Bambi e o Grande Príncipe da Floresta (Bambi 2: Bambi and The Great Prince of the Forest), o jovem Bambi vai morar com o pai que ele mal conhece - o grande Príncipe da Floresta. No fim, Bambi descobre o verdadeiro siginificado de coragem e o Grande Príncipe abre o coração para seu filho. Tem na Kidtoys. Será que o filme trata das relações ecológicas como elas são? Você viu o Filme, o que achou?


O Gigante da Floresta
Este não é Filme, mas parece a melhor pedida: O Gigante da Floresta é um musical, ou, mais precisamente, uma história cantada. A história baseia-se em fatos reais, e conta sobre um jequitibá de 1500 anos e 54 metros de altura, que viveu em Minas Gerais, perto de uma cidade chamada Carangola e vítima de um incêndio criminoso. A ficção fica por conta da Turma do Cocórico. [Tem no Submarino].

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Dê uma floresta de presente neste natal!

Em Good4Kids tem um Quebra-Cabeça de Madeira com Bichos da Floresta Tropical da PuzzlePlay Rainforest é divertido, educativo e ecológico. Perfeito para ensinar a criançada a conservar a natureza usando bichos da floresta tropical.



São 18 bichos, feitos de madeira para montar um quebra-cabeça quadrado ou então ser usados individualmente numa brincadeira com bichinhos.
Veja mais em Blog de Brinquedo [Via Treehugger]

terça-feira, dezembro 09, 2008

Cork - Forest in a Bottle

BBC apresenta na Inglaterra programa sobre a produção de cortiça em Portugal. O manejo florestal visando a produção não-madeireira mantém paisagem cultura, trabalho e renda, mas enfrenta diversos desafios, até mesmo, de rolhas feitas de plástico.



http://www.bbc.co.uk/programmes/b00g34qr

Wildlife film. Every time we weigh up which bottle of wine to buy, we hold the fate of nightingales, rare black storks, secretive wild cats and one of the world's most remarkable trees in our hands. It's all to do with the stopper. If it's cork, it probably came from the bark of one of the ancient cork oak trees from the Montados, in the Alentejo region of Portugal.

The cork oak is the only tree in the world whose bark can be periodically removed without killing it. But this tree is amazing in other ways. It survives in poor soil and searing heat and provides not only nesting places for Booted Eagles but also space for some of Europe's rarest wildflowers. This exquisitely-filmed portrait of the Montados reveals one of the last places in Europe where a sustainable local economy still dovetails harmoniously with nature.

Cork producer and wildlife enthusiast, Francisco Garrett explains what will be lost if cork stoppers are replaced by plastic or screwtops.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

A farsa de um mito ambientalista

Numa versão de Santa Catarina cultivada pelo Governo Estadual e setor produtivo, a natureza preservada em minifúndios justificaria uma legislação ambiental própria, sem os rigores do Código Florestal. Este mito de equidade aliado à conservação ambiental foi soterrado com vítimas das chuvas. Os números estavam longe de 120 mortos, 35 desaparecidos e 33mil desabrigados, quando o perplexo Governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) anunciava a “maior tragédia da história de Santa Catarina”.

A degradação ambiental à tona impediu temporariamente a aprovação do Projeto de Lei Estadual 238/2008, que institui o Código do Meio Ambiente Estadual, associado à expansão de ameaças ao ambiente e riscos à população. O pior seria evitado se não fosse a imprevidência. Mas o Estado liderou o desmatamento no Brasil com 45,5 mil hectares de Mata Atlântica perdidos entre 2000 e 2005, falcatruas no licenciamento ambiental alvo da Operação Moeda Verde da Polícia Federal. Na área afetada pelas chuvas, a criação do Parque Nacional da Serra do Itajaí foi barrada na justiça pelo Governo Estadual.

A imagem da terra pacata, rica e verde debaixo d’água chocou o Brasil. Rapidamente o Governo Federal anunciou surpreendentes R$ 1,6 bilhões em auxílio enquanto as doações chegaram a quase R$ 20 milhões de reais. Para gastar o dinheiro Luiz Henrique da Silveira formou o grupo “Reação à Calamidade”. Resignificando o problema: uma “Secretaria Extraordinária de Reconstrução” seria demais, passaria a “falsa idéia de que o Estado está destruído”.

Foram feitos exageros, disse a secretária adjunta de turismo de Florianópolis Daniela Seco, sobre os efeitos da chuva. Hotéis e praias foram preservados. Então a imagem de destruição foi útil para pedir socorro, mas agora precisa ser descontruída. A insalubridade afugenta o turista. Embora aumentem casos de leptospirose, crateras nas estradas - nem se cogita o risco de novas chuvas - uma crise no turismo afetaria os empregos temporários durante o verão, fazendo sofrer duplamente os afetados pelas chuvas.

Mas não se pode culpar a natureza por uma crise no turismo, nem que atores sociais sejam estimulados a esquecer que a degradação ambiental foi a causa do problema por falta de opção econômica. Que a missão do Grupo seja mais do que a Reconstrução de mitos, mas promova a inclusão social com sustentabilidade.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Diga Sim ao turismo sustentável em Santa Catarina


As águas da enchente ainda estavam altas e já se previa o impacto econômico ao setor turístico de Santa Catarina. Nas palavras do Governador do Estado, Luiz Henrique da Silveira (PMDB) entrevistado frente a um enorme desmoronamento de terra, com possíveis vítimas soterradas, o turista não precisaria se preocupar, tudo seria recuperado à tempo. No dia 27 de novembro , esteve com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto de empresários europeus, para convidá-lo a participar do World Summit, maior evento do turismo mundial que será realizado em Florianópolis em maio de 2009.

Como especialistas denunciam que os efeitos da enchente decorrem do histórico de degradação ambiental, é inevitável uma reflexão sobre as propostas de mudança da legislação ambiental e fragilidade dos órgãos responsáveis. Mas será que a catástrofe inspira um reposicionamento ambientalista dos setores afetados pelas chuvas?

O turismo dependente de um ambiente conservado, pois cultura, segurança, água, paisagem e salubridade são itens obrigatórios da receita do movimento turístico atual. Segundo a campanha “Diga Sim para Santa, Bela e Forte Catarina, os principais atrativos, belezas naturais, equipamentos turísticos, parques e hotéis não foram atingidos. Mas muitas pessoas que dependem do turismo foram atingidas”. Lançando uma nova forma de ajudar o povo catarinense, ao continuar escolhendo o estado como destino nas férias. Ou seja, o setor não está perplexo frente à tragédia, talvez simplesmente não perceba a oportunidade de afirmar uma mudança de postura, plenamente justificável pela dimensão do setor. Dados da WTTC revelam que o turismo mundial deve registrar cerca de US$ 8 trilhões em 2008, passando para US$ 15 trilhões em dez anos.


Infelizmente, Santa Catarina tem se destacado na mídia internacional, por liderar o desmatamento no país, devido às falcatruas no licenciamento ambiental como denunciou a operação Moeda Verde da Polícia Federal. Embora possua mais de 22% da superfície coberta por florestas nativas, passou a ser retratado pelo descaso ambiental. Esta propaganda pode não afugentar o turista, enquanto não houver uma tomada de consciência, mas compromete a natureza, base de sustentação do setor.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Enchentes despertam ambientalismo catarinense?

O Governador Luis Henrique da Silveira (PMDB) anunciou a maior tragédia da história, mais de 100 vítimas fatais. Estes somaram às 340 mortes das 5 maiores enchentes ocorridas desde 1974 no Estado. As chuvas torrenciais seriam uma profecia ambientalista, mas mudanças climáticas globais já enviaram o furacão Catarina em 2004, um ciclone extratropical e totalmente inesperado.

Desta vez, uma enorme repercussão na mídia, e pronta resposta governamental, em socorro às vítimas. De lideranças locais à Senadora Marina Silva partiram manifestos destacando a ingerência ambiental na escalada dos efeitos da chuva. O silêncio dos políticos da situação a respeito inspirou ainda maior desconfiança. Muito ocupados no socorro às vítimas, ou sentem-se comprometidos com o tenebroso panorama instalado.



Os 283 litros despejados num dia em cada metro quadrado de Blumenau, parecem ter sido a gota d’água para transbordar a pressão reacionária na política ambiental nacional. A ampla comoção social pode instar uma tomada de consciência dos milhares que sofrem diariamente suas tragédias individuais decorrentes do mau uso do ambiente. Um possível divisor de águas no curso ambientalista brasileiro, pois Santa Catarina serve de alerta dos efeitos da degradação do Planeta que ameaçam todo o Brasil, bem como, em todo o país, ocorrem neste momento fortes ameaças ao meio-ambiente.

Sinal deste novo tempo Catarinense é a pressão contra o Projeto de Lei Estadual 238/2008 do governador catarinense, que institui o Código do Meio Ambiente Estadual. Inconstitucional segundo a Procuradora da República Analúcia Hartmann, fere a Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, o Código Florestal brasileiro, reduzindo matas ciliares a uma linha de 5m de largura. Ameaçaria Unidades de Conservação na área afetada pela enchente, e afogaria o processo de licenciamento, autorizando automaticamente os empreendimentos não vistoriados pelo órgão ambiental em 60 dias.

A proposta encontrava eco na Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Sindicatos da Construção Civil (SINDUSCON) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (FETAESC), que compõe o “setor produtivo” e consideram a legislação atual muito restritiva ao desenvolvimento.

Antes da água baixar iniciou um abaixo-assinado contra o projeto de lei, mas o documento base de pesquisadores apontando causas do desastre anunciado só foi publicada como matéria paga no maior jornal do Estado, do Grupo RBS (filiado à Globo). Outras matérias relacionadas não fazem referência ao fato de Santa Catarina ter liderado o desmatamento no país em 2007, nem às falcatruas no licenciamento ambiental como denunciou a operação Moeda Verde da Polícia Federal. Artigos de renomados ambientalistas também pouparam nomes dos responsáveis por ataques à legislação, uma fragilidade intervencionista no atual cenário político nacional.

Rendo-me à Marilena Chauí. Em “Uma ideologia perversa” a ética passou a ser inseparável da ideologia do consenso ao enfatizar o sofrimento individual e coletivo, e por isto obtém consenso de opinião: somos "éticos" porque nos solidarizamos às vítimas da enchente. Mas a contrapartida dessa ideologia é clara: não nos perguntem sobre como ser ético para evitar novas catástrofes, isto divide as opiniões, e a modernidade, como se sabe, é o consenso. Apóia-se a ética do bem ao enviar alimentos, fazer doações, mas não se promove autonomia individual para estabelecer normas de uso coletivo do ambiente. Nem co-responsabilidades ou controle social são provocados.

Por isto, seria oportunismo ambientalista apenas ameaçar a recorrência do problema, nem cabe pautar miraculosas obras de engenharia para conter enchentes, como provou New Orleans (EUA). Pois o cuidado de todo o ambiente, muito mais que matas ciliares, promoverão segurança à população, produção de água e alimentos de qualidade ou conservação da biodiversidade.

Da questão multifacetada e metatecnológica, surge uma ética que renova o ambientalismo? Alguns dias, o diálogo caminhava para flexibilizar a legislação, e o Ministério Público firmou vultoso Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o "setor florestal". Para aqueles que perderam tudo, suas casas e parentes, o consenso é outro. Talvez a tragédia não seja suficiente para mudar a sociológica provada perversa, mas pode provocar um renovado movimento social de diálogo com a natureza em Santa Catarina.

Veja esta matéria em:

terça-feira, dezembro 02, 2008

Aquecimento global do setor florestal

No artigo AS FLORESTAS DE EUCALIPTOS E O AQUECIMENTO GLOBAL, de 28/11/2008, Ido Welp - professor da Univates apresenta o papel das empresas florestais diante do aquecimento global, bem como, declina-se diante do aquecimento global do setor florestal.

Além de atenuar "o efeito estufa via formação de maciços florestais com espécies de rápido crescimento". O reflorestamentos de pinus e eucalipto ainda seriam associados à manutenção dos biomas Mata Atlântica, Cerrados, e Floresta Amazônica. Isto porque, "as florestas regulam o regime hídrico, contribuindo para a recarga de aqüíferos e cursos de água, reduzindo o assoreamento, a erosão do solo e as enchentes".
O diversos produtos florestais ainda "desempenham importante papel como fonte de renda e segurança alimentar, contribuindo para a sobrevivência e o modo de vida das populações tradicionais".

Ido Welp faz coro à Hernon J. Ferreira, gerente da Eucatex, para o qual a empresas florestais sempre procuram aprimorar as técnicas de manejo florestal. Essas técnicas seriam suficientemente adequadas à realidade sócio-ambiental brasileira?
Um setor que "até 2012, o Brasil deve ultrapassar a China na produção de celulose e ocupar o terceiro lugar no ranking mundial, superada pela Suécia e Finlândia", precisa fazer investimento em tecnologia florestal? ou em obtenção de respaldo social para seu crescimento?

Neste sentido, chama atenção a capacidade de investir em pesquisa, impossível a outros segmentos sociais, pois as empresas estão "com as portas abertas aos grupos de pesquisa e às universidade".

Isto para "que possam ter embasamentos técnicos e científicos para várias questões que se tornarem mitos na área florestal. Uma (...) visão distorcida e respeito da cultura de eucalipto de uma maneira geral (...)"
O investimento em pesquisa visa aprimorar o manejo florestal, ou simplesmente fazer frente às "críticas ao plantio do eucalipto no Brasil, vindas de pessoas preocupadas com a preservação ambiental, mas com pouco suporte técnico-científico sobre a evolução da silvicultura em nosso país"??

Como se o desenvolvimento tivesse algum pacto com fatos consumados, afirma que "as comunidades que vivem no entorno dos plantios florestais, que passam a conhecer e entender que não é impossível mudar o cenário a que estamos sujeitos atualmente, e que as florestas de eucalipto podem e devem ser grandes aliadas (...)"

Não seria melhor dizer que não há como resistir ao pinus e eucalipto?

Neste caso, o sucesso da silvicultura no Brasil à moda chinesa não deixa de ser uma escola para quem deseja ter sucesso também em sistemas agroflorestais. Negar a experiência brasileira de desenvolvimento florestal é um tremendo desperdício de oportunidade para desenvolver novas estratégias e ferramentas de extensão rural que tenha foco no uso sustentável de florestas, e por isto, pautada na justiça social.

Certamente, o momento é oportuno para refletir quanto os atores interessados na sustentação da Agricultura Familiar, dentre os diversos Povos da Floresta, tais como o Ministério do Desenvolvimento Agrário, se um dia seremos capazes de conhecer e entender outras formas de formação e uso de florestas.
Do contrário, estaremos sempre fadados a se submeter às políticas e empresas que investiram em pesquisa, ou seja, que fizeram o dever de casa, obtenção e análise de dados.

Segundo Ido, a ciência já provou que "árvores em crescimento seqüestram mais carbono do que plantas maduras... as 220 indústrias de papel e celulose existentes no Brasil emitem 21 milhões de toneladas de CO2 por ano, enquanto os 1,7 milhões de hectares plantados com eucaliptos absorvem 63 milhões de toneladas.

Quanto fixam Sistemas Agroflorestais desenvolvidos pela Agricultura Familiar, suas milhares de variantes? infinidade de espécies, arranjos espaciais e intervenções? Quem pagará a pesquisa?

sexta-feira, novembro 28, 2008

Trajetória da imprevidência

A noite de 22 de novembro de 2008 foi o início do pesadelo para milhares de catarinenses. A chuva foi seguida de enchente, desbarrancamentos, destruição e morte. A calamidade foi anunciada como um ocaso incontrolável. O evento climático imprevisível. Contudo, é difícil ficar indiferente, ou sem pensar que o pior poderia ter sido evitado.
As Áreas de Preservação Permanente (APP) criadas pela Lei nº 4.771 em 1965 definiram as matas ciliares com 5 metros na margem dos rios, e incluem ainda a preservação de encostas íngremes e topos de morros. Depois da fatídica enchente de 1983, e da necessidade de proteger a biodiversidade, o Código Florestal foi revisto, e as Matas ciliares passaram a 30 metros no mínimo. Mas onde o Rio Itajaí-Açu deveria ter mata ciliar com 100 metros de largura, a lei municipal de Blumenau é mais branda: 33 metros a 45 metros. Em Treze Tílias, o Plano Diretor previu apenas 3 a 5 metros. As peculiaridades ambientais de Santa Catarina justificariam uma legislação própria. Por isto, o Projeto de Lei Federal 3517/2008, do deputado José Carlos Vieira (DEM-SC), elimina a exigência de observar os limites do Código Florestal, autorizando os Municípios a flexibilizar os limites técnicos. O Projeto de Lei Estadual 238/2008, do Governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), institui o Código do Meio Ambiente de Santa Catarina, vai além, e propõem matas ciliares de 5m de largura - um disparate técnico e jurídico. Em outra frente, a CPI das ONGs, do Senador Colombo (DEM-SC) instigou caçadores de eco-chatos, principalmente aqueles que agem no CONAMA e no Ministério do Meio Ambiente.
Enquanto isto, a tríplice aliança impediu a criação de unidades de conservação federal, não conseguiu realizar o inventário florestal do Estado, nem promoveu pesquisas ambientais que dessem luz às propostas de mudança da Lei. E engavetou o projeto do ICMS Ecológico, do deputado Francisco de Assis (PT), que beneficiaria municípios que preservam mais o ambiente. Em Florianópolis autorizações ilegais alvo da Operação Moeda Verde. E Santa Catarina liderando o desmatamento no Brasil em 2007.
Vieram enchentes, arrasaram cidades, áreas rural, ceifaram vidas, e tornaram discutível a governabilidade ambiental local. Mas são uma triste oportunidade de tomarmos coragem para agir: fortalecer o controle social na gestão ambiental, valorizar profissões especializadas em meio ambiente, investir nos órgãos públicos e pagar por serviços ambientais. Sem as Áreas de Preservação Permanente, mas principalmente, de uma política ambiental séria, a força da natureza será sempre um castigo aos incautos.

domingo, novembro 09, 2008

Extensão Florestal em tempos de crise


Em "A silvicultura também se encontra refém da crise internacional", Nelson Barbosa Leite ressalta que os efeitos da crise podem se tornar ainda mais dramáticos para alguns segmentos da silvicultura, como é o caso do fomento e da terceirização.
São nas crises que a natureza se revela? qual o papel da extensão florestal?

Todo bom escoteiro sabe que a corda rompe na ponta mais fraca. E são em nós onde fica ainda mais fácil da corda estourar, onde a corda dobra e quebra.
Nesta corda florestal, estes nós são justamente as relações buscadas com a terceirização, alguns são nós cegos, difíceis de desatar, outros são nós górdios, difíceis até de entender. Mas é possível observar que:

E nós-de-escota, para unir duas cordas de bitolas diferentes, parece o Fomento Florestal, também chamado de terceirização da produção. É mais do que ampliar a produção de matéria prima, pois a Agricultura Familiar sabe dos riscos da integração com a Indústria, o fumo, frango e porco estão aí para nos lembrar. Temos bons exemplos de contratos com preço antecipado para a madeira, portifólio de espécies de uso múltiplo. Sistemas agroflorestais poderiam fazer toda a diferença.


Sistema Agroflorestal com pinus, erva-mate e grãos


O nó-de-moringa, com muitas votas e encruzilhadas, lembra a Extensão Florestal, esta é mais que fazer famílias agricultoras obedecerem o Código Florestal. As vezes, a extensão, e a educação ambiental, visa fazer com que pequenos produtores façam aquilo que as próprias empresas nem sempre necessitam, pois estas tem o privilégio de firmar um acordo com o Ministério Público. Enquanto os pequenos são embromados nos órgãos públicos sem conseguir autorizações para um simples corte eventual de árvores, pois corte de essência nativa, não interessa às empresas, e provavelmente também não pelas ONGs envolvidas.

Lais-de-guia é o laço para içar uma pessoa. Este nó salva a gente, daqueles feitos para não apertar a barriga, nem pensamos se um dia vamos desatar, quando é preciso ficar pendurado e se salvar. Seria este o caso dos serviços florestais terceirizados? Neste caso, extensão florestal inclui a capacitação, formação e articulação de empresas e cooperativas de serviço, ou estas gentes e instituições não passarão de números em planilhas?

Se as empresas precisam ir além, provavelmente vão precisar investir em processos de extensão florestal que gerem nós largos e com alças, bons de fazer, fáceis de desatar.

Talvez por isto exista o termo: laços de confiança, eis a questão?

domingo, outubro 26, 2008

Bicycle


Bicycle
Upload feito originalmente por Will Brasil

Uma grande angular urgente!

Lançamento:
Manual Agroflorestal para a Mata Atlântica

28 de outubro de 2008 (terça-feira), às 19h30, em Brasília-DF
Local: Auditório da Pontifícia Obras Missionárias, SGAN 905 – Conjunto B. Brasília.


Este Manual Agroflorestal foi elaborado a partir dos resultados de diversos trabalhos coletivos que se estabelecem entre as instituições sócio-ambientais, atuantes neste bioma, com foco no desenvolvimento sustentável, na agricultura familiar e nos princípios da agroecologia. Contou com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio do Projeto “Capacitação participativa de agricultores familiares e formação de agentes de desenvolvimento agroflorestal da Mata Atlântica”.

Coube a REBRAF - Instituto Rede Brasileira Agroflorestal, em parceria com a Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA) a sistematização e organização de trabalhos acadêmicos, compilação de experiências concretas desenvolvidas por agricultores e agricultoras e a documentação da troca de experiências entre os técnicos e colaboradores envolvidos na elaboração do conteúdo que agora apresentamos. Um trabalho que resulta do envolvimento de diversas pessoas, representadas por mais de 20 instituições espalhadas pela Mata Atlântica desde o Ceará até o Rio Grande do Sul.

Este Manual Agroflorestal pretende, como objetivo principal, convergir inicialmente os olhares para os trabalhos e as diversas experiências que já catalogam seus mais preciosos acertos e seus, não menos importantes, erros. Assim, busca resgatar nos homens e mulheres que estão diretamente envolvidos com a terra e seu uso, os conhecimentos tradicionais mais propícios ao seu modo de vida e trabalho e ampliar sua capacidade de entender os Sistemas Agroflorestais, inclusive por meio de novos aprendizados e tecnologias.

O texto é composto por 04 capítulos. O primeiro capítulo foi organizado por Jean Dubois, teve por objetivo introduzir conceitos sobre SAFs e suas práticas, caracterizando as principais definições sobre o assunto no contexto da Agroecologia. O segundo capítulo foi elaborado por Peter May, onde se objetiva aprofundar os conhecimentos e informar sobre a variedade de fontes de bens e serviços gerados pelos SAFs, no intuito de fortalecer argumentos para sua adoção e disseminação entre usuários, técnicos e financiadores. O Capítulo 3, organizado por Guilherme Floriani e Jorge Vivan, enfatiza o monitoramento participativo de SAFs como parte inseparável de estratégias de aprendizado progressivo e compartilhado entre atores, sejam eles institucionais ou privados. Esse texto contou com a colaboração de Valéria da Vinha, ao apresentar diferentes possibilidades de dinâmicas no uso de diagnósticos participativos para avançar na identificação de erros e aprendizados. Por fim, no Capítulo 4, baseado no texto de Armin Deitenbach, é apresentada uma abordagem do estado da arte das principais políticas públicas voltadas a quem trabalha, ou deseja trabalhar com SAFs.

O lançamento do livro acontecerá em Brasília-DF, durante a realização do “Encontro de Socialização em Sistemas Agroflorestais” entre os dias 28 e 29 de outubro de 2008, organizado pelo MDA-Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Local: Auditório da Pontifícia Obras Missionárias, SGAN 905 – Conjunto B. Brasília.


quinta-feira, outubro 16, 2008

Projeto Kayuvá receberá recursos do SEBRAE











Projeto Kayuvá é aprovado na chamada pública 04/2008 promovida pelo SEBRAE Nacional para Apoio a Projetos de Comércio Justo e Solidário.

O projeto "Kayuvá: Valorização do Pinhão na Agricultura Familiar da Serra Catarinense" tem como proponente o Instituto Pereté para o Desenvolvimento (iPereté), e foi um dos três selecionados em Santa Catarina dentre centenas de propostas de todo o país.

A proposta é o resultado de um intenso trabalho iniciado pelo Ipereté em 2004 e que se materializa agora com a parceria do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), da Associação de produtores de Erva-mate e Pinhão de Urupema e Região (APEMPUR), e da Associação de Produtores Rurais de Casa de Pedra (APROC).

Nosso primeiro grande passo com a conquista do apoio do CNPQ através do edital 36/2007. Neste ano, através do Departamento de Solos do CAV somou-se uma modesta ajuda da FAPESC, mas diversas atribulações burocráticas impediram o início efetivo das atividades.













Desta forma, o apoio do SEBRAE constitui um passo fundamental. Além de dobrar o montante de recursos disponíveis, a inclusão do SEBRAE como parceiro amplia e dá maior estabilidade institucional e financeira para a realização das atividades e alcance dos objetivos propostos.

Provam-se mais uma vez que oportunidades devem ser perseguidas. Agora temos pela frente o desafio de utilizar estes recursos para fazer do pinhão um meio efetivo de geração de renda e uso sustentável dos recursos naturais da região.

Esta vitória é dividida entre todos os que fazem parte desta empreitada, cada um a seu modo e medida, mas sendo sempre uma contribuição importante.

sábado, agosto 23, 2008

Lages precisa sonhar














Depois do debate dos prefeituráveis na TV nesta quinta-feira, 21 de agosto, dei cabo do livro "Linha D´água", de Amyr Klink.

Na página 266 tem uma parte da mulher dele, Marina, que estava há 2 meses sem notícias do navegador.

"...
24 DE JANEIRO - UM MÊS DESDE A VÉSPERA DE NATAL

Hoje recebi um convite irrecusável: embarcar no Cisne Branco e acompanhar o tiro de canhão da largada da regata co­memorativa dos 458 anos da cidade de Santos. Foi um dia espe­cial. Ao chegar na Capitania dos Portos lá estava, magnifica­mente atracado, o mais lindo veleiro brasileiro.
...
Ao ingressar no barco foi impossível não ler uma linda fra­se afixada ao pé do mastro, cujos dizeres definem, com sabedoria, a vida daqueles que dedicam a vida ao mar.

Mastro da Grande: "Para se chegar, aonde quer que seja, aprendemos que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer".

Mastro da Gata: "Algo superior e poderoso que torna os homens diferentes dos animais e que os faz resistir além de suas forças, alcançar limites acima do possível: a "vontade!"

A maior surpresa foi quando li, ao final, o nome do seu au­tor: Amyr Klink. Não me lembro ter sentido saudade maior até então. O Amyr é um homem especialmente corajoso. Quanta admiração por tudo o que ele sonha - e faz. Um sentimento: tão grande que às vezes parece não caber dentro de mim."

Conhecer a história deste navegador me fez refletir profundamente sobre o que Fernando Agostini quis dizer entre não sonhar, mas ter força. O lema da coligação Lages Forte está equivocada.

Amyr Klink concordaria com Godinho, só existem projetos se sonharmos, e realização somente com vontade.














“A
pior coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa não é quando seu projeto não dá certo, seu plano de ação não funciona ou quando a viagem termina no lugar errado.

O pior é não começar
. Esse é o maior naufrágio.


Amyr Klink -
Mar Sem Fim

segunda-feira, julho 21, 2008

Encontro Nacional da Família Floriani

Cresci achando que a família Floriani era pequena. E muitos acreditam que a história da família interessa somente aos mais velhos, simples relatos de dificuldades que os Italianos passaram ao chegar em Santa Catarina a partir de 1870. Mas na história da família se revelam conquistas e fracassos, repletas de heróis de verdade, dos quais podemos nos orgulhar, uma trajetória rica em lições e razões para amar. Infelizmente, é fato que muitos não sabem quem foi seu bisnono(a), ou pensam que de Floriani tem apenas o nome.

Isto começou a mudar quando inúmeros descendentes trentinos buscaram a cidadania Italiana, devido a corrida atrás de documentos de ancestrais. A facilidade de comunicação proporcionada pela internet também auxilia este reencontro. Existem 6 comunidades da família no Orkut. A partir daí, foi um pulo para ajudar a fazer uma árvore genealógica. E claro, o que não poderia deixar de acontecer, uma animada festa da família.

A contribuição de novas tecnologias para união familiar vai além. Iniciamos a árvore genalógica em fevereiro de 2008, e já somos 1500 pessoas inscritas. A árvore está na internet, e desta forma, o trabalho é distribuído e as informações são socializadas. Sendo um espaço de aproximação, de reencontro da família. Mas ainda não é o bastante, e estamos trabalhando em um site próprio da família.

Agora estamos próximos da Primeira Festa da Família Floriani no Brasil. Que será realizada no dia 20 de julho, no CDL em Lages.

Esperamos o mais importante, materializar o vinculo existente entre diferentes ramos da família. Fortalecê-la significa criar o sentimento de pertencimento a algo maior e mais duradouro. Nós vivemos e a família permanece, e em todos os casos, sempre faremos parte dela. Por isto, não é o resgate do passado, como muitos dizem, é mais do que isto. Pois não estamos salvando um passado perdido, mas reunindo histórias e a partir delas construindo um novo futuro, um futuro comum.

Em tempos em que a violência toma conta dos notíciários, descrédito da política e crise ambiental, a família retoma seu espaço social de amorozidade, respeito e união.

Viva a Família Floriani!

http://www.familiafloriani.org

terça-feira, julho 01, 2008

Solidariedade como política pública


Programas sociais, como o Bolsa Família, mostram em Lages toda sua importância. No entanto, lideranças locais, políticos e seus partidos, ficam inibidos em reconhecer os resultados alcançados e já reconhecidos internacionalmente por este programa do Governo Lula. Os discursos contrários ao Bolsa Família discordam de toda a história de solidariedade de Lages, onde inúmeras instituições e indivíduos organizam refeições coletivas, doação de cestas básicas, campanhas de agasalho, ou ainda oferecendo um ombro amigo à quem precisa. Todas são experiências contraditórias. Há regozijo em receber o alimento, mas a humilhação da fila para recebê-lo. Damos esmolas, adotamos crianças e custeamos despesas de carentes, mas pergunto aos leitores, se estivessem em dificuldades, em que estado de espírito ficariam se precisassem pedir esmolas?

“Uma sociedade razoável não deixa as pessoas entregues a sua própria sorte, pois o direito à alimentação é o primeiro degrau para se alcançar a cidadania e vivenciar outros direitos”, defende o Ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

O IBASE avaliou o Bolsa Família em todo o país e constatou: nos lares atendidos pelo programa de transferência de renda, o recurso é utilizado, principalmente, pela mulher, na compra de alimentos e remedios. Com aumento acentuado no consumo de cereais, leite, carnes e frutas, nas regiões mais pobres e locais onde a insegurança alimentar é maior.

O Bolsa família é um cimento social por agregar as pessoas em uma socialidade de esperança e desenvolvimento. Ao invés de carne enlatada, leite em pó e feijão “carioca”, compra-se o alimento em nosso comércio, ativando a economia local. Criam-se empregos e gera-se um círculo virtuoso de crescimento. Restaura a dignidade com a liberdade de gastar um pequeno trocado. O Brasil prova ao mundo que é possível ter uma política fiscal séria, que é possível crescer o mercado interno com o mercado externo, que é possível compatibilizar crescimento econômico com distribuição de renda e justiça social. Realiza o sonho de ajudar as pessoas, fazendo da súplica um direito.

segunda-feira, maio 05, 2008

Fluxo Gênico

Isabela Floriani

5 de maio de 2008

3250g, 49 cm, cabelos escuros, olhar atento.


http://www.youtube.com/watch?v=cGlrgYOHN7A

sexta-feira, abril 25, 2008

Não basta proibir o comércio do pinhão

Dia 15 de abril inicia a safra de pinhão segundo a Instrução Normativa No. 20 do IBAMA, que em 1976 proibiu a colheita de pinhão por derrubada de pinhas imaturas, antes do dia 15 de abril.

Esta é data em que tem início o desprendimento das sementes, e pode-se dar a colheita, transporte e comercialização do pinhão, quer para uso em sementeiras, quer para ser usado como alimento. A mesma normativa também proibiu o abate de pinheiros adultos, portadores de pinhas, durante toda a safra, incluindo no manejo florestal, garantias da regeneração natural da floresta, pois desde 1968 já se sabia do fim da araucária. Multas da Polícia Ambiental e do IBAMA chegam a R$ 500 por quilo apreendido, além da perda do produto e o constrangimento público. Este ano o envolvimento do Ministério Público culminou na festa da paçoca de Capão Alto, sem pinhão. O que poderia ser uma celebração à Araucária transforma-se num conflito.

O pinhão ainda verde é ruim de panela e na chapa e, segundo alguns, muito pinhão é roubado antes da época ideal. Comprar pinhão ruim é um despropósito. Mas isto não vale para todo o pinhão produzido, que possui qualidade e provém de pessoas que dependem da floresta. E ainda, do pinhão produzido mais tarde, o que restará para a fauna no inverno? Nascerão apenas as árvores que debulham cedo? Isto faz crer que a legislação atual não resolve. Colher pinhão sem critérios também não.

Pinha consumida por animais silvestres. Painel, 04/2007
É urgente definir uma agenda na qual o pinhão seja preservado e compartilhado, e para isto, algumas questões precisam ser respondidas. Quanto pinhão pode-se retirar sem comprometer o ecossistema? Como o consumidor poderá tomar conhecimento se o pinhão foi produzido sustentavelmente? Que políticas públicas incentivam a conservação e o uso sustentável da Floresta com Araucária?



Diante deste desafio é que o CAV/UDESC e o Instituto Pereté iniciam o Projeto Kayuvá, desenvolvido com apoio do CNPQ, para realizar pesquisas que avaliam a produção sustentável do pinhão e seu consumo consciente. Bem como divulgar informações técnicas para orientar o aumento da produção e aproveitamento para melhorar remuneração do pinhão. Elevando o valor da floresta, e claro, a importância de quem vive da floresta.