domingo, novembro 09, 2008

Extensão Florestal em tempos de crise


Em "A silvicultura também se encontra refém da crise internacional", Nelson Barbosa Leite ressalta que os efeitos da crise podem se tornar ainda mais dramáticos para alguns segmentos da silvicultura, como é o caso do fomento e da terceirização.
São nas crises que a natureza se revela? qual o papel da extensão florestal?

Todo bom escoteiro sabe que a corda rompe na ponta mais fraca. E são em nós onde fica ainda mais fácil da corda estourar, onde a corda dobra e quebra.
Nesta corda florestal, estes nós são justamente as relações buscadas com a terceirização, alguns são nós cegos, difíceis de desatar, outros são nós górdios, difíceis até de entender. Mas é possível observar que:

E nós-de-escota, para unir duas cordas de bitolas diferentes, parece o Fomento Florestal, também chamado de terceirização da produção. É mais do que ampliar a produção de matéria prima, pois a Agricultura Familiar sabe dos riscos da integração com a Indústria, o fumo, frango e porco estão aí para nos lembrar. Temos bons exemplos de contratos com preço antecipado para a madeira, portifólio de espécies de uso múltiplo. Sistemas agroflorestais poderiam fazer toda a diferença.


Sistema Agroflorestal com pinus, erva-mate e grãos


O nó-de-moringa, com muitas votas e encruzilhadas, lembra a Extensão Florestal, esta é mais que fazer famílias agricultoras obedecerem o Código Florestal. As vezes, a extensão, e a educação ambiental, visa fazer com que pequenos produtores façam aquilo que as próprias empresas nem sempre necessitam, pois estas tem o privilégio de firmar um acordo com o Ministério Público. Enquanto os pequenos são embromados nos órgãos públicos sem conseguir autorizações para um simples corte eventual de árvores, pois corte de essência nativa, não interessa às empresas, e provavelmente também não pelas ONGs envolvidas.

Lais-de-guia é o laço para içar uma pessoa. Este nó salva a gente, daqueles feitos para não apertar a barriga, nem pensamos se um dia vamos desatar, quando é preciso ficar pendurado e se salvar. Seria este o caso dos serviços florestais terceirizados? Neste caso, extensão florestal inclui a capacitação, formação e articulação de empresas e cooperativas de serviço, ou estas gentes e instituições não passarão de números em planilhas?

Se as empresas precisam ir além, provavelmente vão precisar investir em processos de extensão florestal que gerem nós largos e com alças, bons de fazer, fáceis de desatar.

Talvez por isto exista o termo: laços de confiança, eis a questão?

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